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Considerado o berço histórico do estado do Ceará, o bairro mais antigo de Fortaleza tem visto sua história ser contada pela metade, mas nem o mais desagradável dos contos seria capaz de apagar a incandescência desse pôr-do-sol. 

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A boa vontade dos moradores da Barra do Ceará no que diz respeito a projetos que gerem benefícios coletivos é muito nobre e comovente. Alberto de Sousa, dono de um restaurante que existe no local desde 1964, conta que resolveu levar adiante o negócio do pai e hoje é patrocinador de um projeto chamado Conversas Flutuantes, em parceria com o SESC (Serviço Social do Comércio), promovendo um passeio de barco pelo Rio Ceará. Cada encontro aborda um assunto diferente, como a importância dos índios, a história da Barra do Ceará como Marco Zero de Fortaleza, a relevância da preservação ambiental, entre outros assuntos que incentivam a cidadania. Alberto destaca que a maioria das pessoas que vêm participar destes encontros são os próprios fortalezenses, que nunca tinham vindo antes à Barra.

 

“É um passeio lindo, que emociona as pessoas e me emociona também” relata. Porém, ele lamenta que, apesar deste projeto, o turismo não seja forte: “A Barra do Ceará ficou muito à margem do turismo, apesar de toda essa beleza de se cantar em verso e prosa. Fortaleza perde com isso, pois, aqui é um patrimônio histórico e ambiental. Temos uma história linda, dois quilômetros de manguezal e o pôr-do-sol mais lindo de Fortaleza. Não há uma agência de turismo que cuide disso. Se investissem mais, isso geraria muito emprego e beneficiaria os cidadãos daqui.” Ele também a sobre o apreço que os moradores têm pelo local: “Não convide um ‘barrista’ para morar em outro canto, porque eles até se irritam.

 

Eles adoram a Barra do Ceará, falam bem do local para outras pessoas que não conhecem aqui, vejo nas redes sociais as postagens dos moradores daqui. Só elogios, com o maior carinho do mundo. Isso é lindo de se ver”, declara. Segundo ele, a geração atual que nasceu e cresceu na local está cada dia mais empenhada em desenvolver projetos de preservação ambiental, de esporte e de cultura e isso o faz ter esperanças de que a Barra seja mais bem vista no futuro, mais preservada e mais empenhada sobre a inclusão social. Enquanto fala sorridente sobre o bairro onde mora há tantos anos, ele olha a varanda de seu restaurante, de frente para o Rio Ceará, de onde saem os barcos a passeio e onde o belo sol da Barra do Ceará se põe, ao lado da ponte.

Alberto têm esta mesma visão todos os dias e que, mesmo depois de muitos anos assistindo, jamais deixa de se encantar com ela.

Navegando rumo ao início

Descubra onde nasceu a nossa cidade...
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Chalana é uma espécie de grande embarcação com fundo plano. Ao contrário das gaiolas, que não têm divisões internas, as chalanas têm cabinas para os passageiros. Como nome próprio, pode ter passado a ser usado na Península Ibérica a partir de atividades de um iniciador de família, seja no transporte fluvial, seja na construção dessas embarcações.

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As chalanas ficaram famosas com a música "Chalana", de Mario Zan e Arlindo Pinto, interpretada por Sérgio Reis e Almir Sater.

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É o principal meio de transporte nas regiões mais remotas do Pantanal, por ser uma embarcação de grande porte. Usada também para a navegação nos rios pantaneiros entre Brasil e Bolívia, principalmente no rio Paraguai.

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Vila do Mar

O projeto Beira Rio é a urbanização de todo o entorno da Barra do Ceará. é utilizada pela população para a prática de esportes, lazer e comércio.

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Cuca Che Guevara

Foi o primeiro CUCA (Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte) de um total de seis CUCAS, todos eles, Centros semelhantes, com a mesma finalidade educacional em outros bairros de Fortaleza, CE. Foi inaugurado no dia 10/09/2009, com a presença do Presidente Lula e mereceu reportagens de página inteira em jornais do Ceará, até com retrato de Che Guevara encimando a página.

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Paróquia Nossa Senhora da Assunção

A procissão em homenagem a Nossa Senhora da Assunção reuniu mais de um milhão de pessoas, segundo a arquidiocese.

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Uma multidão emocionada participou da 16ª edição da Caminhada com Maria, a tradicional procissão que acontece todos os anos para celebrar o dia de Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza.

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A grande festa reuniu mais de um milhão de pessoas segundo estimativa da Arquidiocese de Fortaleza , que cumpriram os 12,5 km do percurso rezando o rosário e cantando músicas de louvor a Jesus Cristo e à sua mãe.

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“Meu barco já virou várias vezes, mas nunca aconteceu nada comigo, graças a Deus. Pescador que nunca virou com barco não é pescador” conta Jônatas Camelo de Oliveira, que pesca na Barra do Ceará com barco à vela há 20 anos e vende os peixes lá mesmo, na feira do calçadão Vila do Mar, todos os dias. Os peixes mais comuns que costuma pescar é cavala, serra e bonito, atraindo pessoas de diversas partes de Fortaleza, não apenas da Barra. Fernando Gaspar da Silva fala que, apesar de o mar da naquela região não ser tão agitado, já aconteceu um naufrágio com um pescador na Barra, mas estes acontecimentos não são motivos suficientes para que não continue a realizar seu trabalho em prol do sustento financeiro. “Já pesquei em dois lugares, Pecém e Sabiaguaba, mas a Barra é melhor, o mar tranquilo, aqui é bonito e dá um dinheiro bom com a venda dos peixes aqui na feira”, afirma Fernando. Ele e Jônatas comentaram que são assistidos pelo estado por meio da Colônia de Pescadores que se localiza no bairro Mucuripe, que em caso de acidentes ou lixo no mar. Confessaram também que gostariam que o paredão fosse estendido, para que a embarcação melhorasse, mas queixaram-se de que a prefeitura não dá a devida importância a este benefício. Enquanto falavam, Jônatas preparava o barco e Fernando olhava fixamente para mar, concentrado na direção do vento. Minutos depois, entraram no mar, fazendo parte de um cenário que, para eles, deve ser comum, mas para quem os os observa, rodeados de barcos e jangadas na beira da praia, a sensação é de a cena merecia virar um quadro para pendurar na parede da sala de sua casa.

Sobre quem vive do mar

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Resistir é preciso

Apesar de sua bela história, a Barra do Ceará foi levada a rumos que decepcionam a muitos fortalezenses, pois, é o segundo bairro da cidade que tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) segundo a Secretaria Executiva Regional I e as notícias relacionadas à tráfico de drogas aparecem aos montes nos jornais online e programas policiais de Fortaleza. Mas, é em meio a esta situação que surgem atitudes nobres dos moradores locais, que promovem ações sociais buscando auxílio do estado que, muitas vezes, não age de forma devidamente efetiva. Porém, eles não desistem. É o caso do surfista Roney Lopes, que dá aulas de surf para crianças e jovens carentes por meio do projeto Juventude na Onda, em parceria com a Prefeitura de Fortaleza e com patrocínios de iniciativa privada. As aulas, as pranchas de surf e os lanches são disponibilizados gratuitamente para o público infanto-juvenil porque, para Roney, é uma forma de proteger seus alunos.

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“Minha maior motivação com este projeto é não deixar que essas crianças e jovens se tornem viciados em drogas ou traficantes, quero poupar eles disso por meio do surf, que hoje é um esporte olímpico, apesar de todo o preconceito de antigamente com os surfistas, por meio também de muitas orações, coloco todos os meninos e meninas para orar antes de cair no mar e quero incentivar eles a vencer por meio dos estudos. Todas as crianças que fazem aulas de surf comigo têm de estar frequentando oficialmente a escola” conta Roney, com satisfação e alegria pelo bem que faz às crianças e jovens do local, dando a eles uma oportunidade que ele não teve quando criança, pois, relatou que surfava em pedaços de madeira que caíam das antigas barracas da Barra do Ceará por não ter condições financeiras para comprar uma prancha de surf.

 

Ele relembra todas as oportunidades que não teve no passado e hoje quer proporcionar a outras crianças e jovens. Realizar sonhos e transformar vidas é seu maior intuito, pois, ele conta que todos os dias fala sobre cidadania para os garotos, ajudando da forma como pode no processo de inclusão social. Há outras escolinhas de surf no local e Roney relata que não há rivalidades, “somos todos parceiros, somos uma família com o mesmo objetivo, que é ajudar as crianças e os adolescentes”, comenta. Empenho, dedicação e compromisso é o que rege as atividades de Roney com seus alunos, por isso, ele é uma das pessoas que fazem a diferença que os moradores locais gostam de ver.

De onde vem o sustento e criatividade de rotação monetária da Barra do Ceará...​

 

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De onde vem o sustento 

A Barra do Ceará, o bairro cearense que carrega 409 anos e é o segundo mais populoso do Ceará, com aproximadamente 76 mil habitantes, segundo a assessoria da Regional I. 

 

O economista cearense Alisson Martins declara que a movimentação econômica deste bairro muitas vezes esquecido pelos demais moradores do Ceará e meios de comunicação, é a terceira maior do nordeste, perdendo apenas para a Bahia e Pernambuco.

Os microempresários desta região parecem não sofrer com a crise, alguns destes até fazem melhorias em seus estabelecimentos atualmente, acrescenta Lauro Chaves Neto, economista do Ceará. Uma curiosidade são algumas ruas cuja os nomes são palavras que lembram a pesca, um dos meios de produtividade assumidos no bairro. Nomes estes como, Tarrafas, Jangada e rua das Canoas.

Entre 184 municípios presentes na Barra do Ceará, os principais geradores de renda da região são a pesca e empresas particulares, como mercados e panificadoras. Na pesca artesanal com o vizinho mar que banha o segundo bairro mais populoso cearense há fonte farta de animais marinhos.

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A feira das Goiabeiras é um exemplo de atemporal a crise, tendo em vista aos demais bairros do Estado, sendo um dos maiores centros comerciais do Ceará, ressalta o conselheiro efetivo do Conselho Federal de Economia (COFECON) e diretor do Centro Industrial do Ceará (CIC).

Apesar da fama negativa quanto a segurança e incidência de violência, a Barra do Ceará apresenta rotatividade econômica interna, com média salarial dos moradores de 2,7 salários mínimos. Em comparação ao Brasil a média salarial é de 1,7 salários mínimos. Os próprios moradores em sua maioria com a criatividade e ajuda de recursos naturais comercializam numa espécie de mercado interno, fazendo com que a crise econômica não afete de forma direta e relevantemente a aqueles que vendem e compram dentro do bairro, de preferência em pequenos comércios.

A BARRA EM DADOS

PRAÇAS

24

IDH

​

0,432

ESCOLAS

​

​

PÚBLICAS
 

18

HABITANTES

​

76 MIL

POSTOS DE

​

 

 SAÚDE

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Título 1

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